sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sou cristão!

Um aviso ao meus amigos (aos novos e a alguns mais antigos):

Sou cristão. Livre, pensante, que me nego a uma obediência cega a dogmas ou a normas que visem apenas à preservação da instituição. Mas, sou cristão!

+ Sou a favor do amor. Do amor incondicional e incondicionado. Por isso, sou a favor do direito à união legal entre quaisquer pessoas adultas, independentemente do seu sexo e do número de pessoas envolvidas nessa união;
+ Sou a favor da família e de que toda criança deve ter uma. Por isso, sou a favor de que toda criança órfã ou abandonada tenha a oportunidade de ser adotada. Por qualquer família que esteja disposta a amá-la e a ajudar em sua formação, independentemente de essa família ser mono ou poliparental, hetero ou homoafetiva, mono ou poligâmica;
+ Sou humano e, por isso, um ser político. E também religioso. Por isso, sou a favor da mais ampla liberdade de cultos (desde que não preguem a intolerância e o ódio). E também do direito a não praticar qualquer culto. Mas também sou a favor de que toda pessoa ou grupo possa se manifestar politicamente, em seu nome ou no de sua religião, sobre todo e qualquer assunto;
+ Pela mesma razão, sou a favor do estado laico, mas não de um estado ateu;
+ Sou a favor da vida. Da vida digna. Mas da vida de todos. Desde a fecundação. Por isso, sou a favor do direito à opção das mulheres pela interrupção da gravidez nos casos já previstos na legislação (fetos anencéfalos, risco de morte para a gestante, gestação resultante de estupro), mas sou contra o direito indiscriminado ao aborto;
+ Sou a favor da convivência harmônica e respeitosa entre todas as pessoas. Por isso, empenho-me para respeitá-las e busco praticar a tolerância. Logo, sou a favor de que todas as opiniões e crenças devem ser respeitadas e de que nem cristãos, nem crentes de qualquer outra fé (inclusive ateus, que têm a fé de que Deus não existe) tentem impor seu credo ou opinião ao restante da humanidade.
+ Mas também sou a favor de que ninguém se julgue no direito de ofender (ou considerar desprovida de inteligência) qualquer pessoa, em razão de sua fé.

+ Sou um ser humano. Sou inteligente. Sou cristão.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Que prevaleça a desportividade, a lógica e o bom senso!

Sobre o imbróglio no Campeonato Brasileiro de Futebol

De tudo o que vi, ouvi e li a respeito, o artigo do Hélio Schwartsman Garfando a Portuguesa, publicado hoje na Folha de S.Paulo é o mais sensato, o que melhor resume a questão e que trata daquilo que realmente importa em toda essa confusão.

A questão de fundo, e que deve ser o foco da análise e do julgamento, é saber se houve ou não dolo e se a Portuguesa foi irregularmente beneficiada - em detrimento de outras equipes - pela participação do Héverton no jogo contra o Grêmio. A resposta em ambas os casos é NÃO. Porque qualquer que tivesse sido o resultado do jogo, inclusive a derrota, a Lusa permaneceria na Série A.

Caso a equipe paulista venha a ser punida com a perda adicional de três pontos, conforme determina o regulamento, aí, sim, haverá uma inversão indevida daquilo que a prática do esporte - o jogo jogado - estabeleceu: o rebaixamento do Fluminense para a Série B.

Àqueles que clamam pela aplicação simples e direta da regulamento, cabe esclarecer que a fixação de qualquer regra não se dá pela regra em si, mas como meio para se atingir um determinado objetivo ou evitar-se determinadas situações.

Quando a aplicação da regra leva a um resultado diferente - e, nesse caso, ele não será apenas diferente, mas oposto, contrário - daquele para o qual ela foi criada, ela deve ser ignorada ou circunstanciada.

É o que Schwartsman expõe ao afirmar que "É óbvio que normas são importantes. Mas não se pode esquecer que elas são um meio para promover a paz social e outros objetivos relevantes, não um fim em si mesmo". Tudo o mais, como diz o autor, é formalismo ridículo - e oportunista, acrescento eu -, principalmente em se tratando do futebol brasileiro.